top of page

DIONISO

Domínios: Vinho, Embriaguez, Loucura, Festas, Vegetação, Vida após a morte

Animais: Leopardo, Lince, Tigre, Serpente, Touro, Cabra, Jumento; Pantera, Raposa

Plantas: Vinha, Hera, Trepadeira, Abeto-prateado

Símbolos: Tirso (bastão com ponta cônica de pinha), Uvas, Grinalda de hera, Leopardo; Máscara, Cântaro, Falo

Cores: Vermelho/verde escuro ou púrpura

Ofertas: Almíscar, algália, olíbano, estoraque, hera, uvas, pinha, figo, vinho, mel, raiz de orquídea, cardo, todas as árvores domésticas e selvagens

Epítetos: Aigobolos (matador de cabras), Hugiates (dispensador de saúde), Agrios (o selvagem), Iackhos (gritador, invocador), Aisymnetes (juiz, monarca eleito), Iatros (curador), Akratophoros (do vinho não-misturado), Isodaites (divisor da carne de sacrifício), Aktaios (da costa do mar), Katharsios (o que libera, o que alivia), Anax (senhor), Kissobryos (envolto em hera), Anthios (deus de todas as coisas florescentes), Kissokomes (coroado de hera), Anthroporraistes (matador de homens), Kissos (hera), Areion (o marcial), Korymbophoros (carregador de cachos), Arretos (inefável), Kresios (cretense), Arsenothelys (homem afeminado), Kryphios (escondido, secreto), Auxites (que traz crescimento), Lampteros (portador da tocha, de luzes), Bassareus (deus raposa, trácio), Lenaios (da prensa do vinho), Botryophoros (portador dos cachos de uva), Liknites (no berço), Briseus (filho das ninfas), Limnaios (do pântano), Bromios (vociferante), Luaeus (o que liberta), Charidotes (doador da graça), Lusios (libertador), Choreutês (dançarino), Mainomenos (frenético), Chthonios (subterrâneo), Manikos (louco), Dendrites (da árvore), Mantis (profeta, vidente), Dikerotes (dois chifres), Meilikhios (gentil), Diphyes (duas naturezas), Melpomenos (cantador da harpa), Dithyrambos (do hino ditirâmbico), Morychos (o escuro), Nyktelios (noturno), Eiraphiotes (costurado dentro), Nyktiphaês (iluminador da noite), Eleuthereus (emancipador), Nyktipolos (gatuno da noite), Euanthes (justo/belo florescer), Omadios (do banquete cru), Eubouleus (bom conselheiro), Omestes (que se alimenta de carne crua), Euios (do choro/grito ritual), Orthos (o ereto), Hagnos (puro, sacro), Pelagios (do mar), Hues (de mistura), Perikionios (da coluna), Ploutodotês (o que concede riquezas), Sphaleotas (o que causa tropeços), Polyeides (de muitas imagens), Staphylos (a uva), Polygethes (que traz muitas alegrias), Sykites (da figueira), Polymorphos (de muitas formas), Taurokeros (do chifre de touro), Polyonomos (de muitos nomes), Taurophagos (devorador de touro), Polyparthenos (de muitas virgens), Tauropôn (cara de touro), Protogonos (primeiro a nascer), Teletarches (senhor das iniciações), Psilax (alado), Thriambos (do hino triunfal), Pyrigenes (nascido do fogo), Thyoneus (filho de Thyone - Sêmele), Sannion (o brincalhão), Thyrsophoros (portador do tirso), Skêptouchos (portador do cetro), Trigonos (três vezes nascido), Soter (salvador), Zagreus (caçador)

Festivais: Anthesteria (11-13 Anthesterion), Apaturia (3 dias de Pyanepsion), Dionysia Urbana (10-17 Elaphebolion), Haloa (26 Poseidon), Lenaia (12-15 Gamelion), Oskhophoria (7 Pyanepsion), Dionysia Rural (última metade do mês de Poseidon)

Hino Homérico VII - A Dioniso

De Dionísio, o glorioso rebento da augusta Semele,

Lembrarei, como à ourela do mar infecundo surgiu,

Sobre um cabo saliente, na forma de um jovem varão

Inda imberbe, os seus belos e negros cabelos flutuando,

e portando nos ombros robustos um pálio de cor

Purpurina. Eis que logo num bem cobertado navio

Salteadores tirrenos surgiram do mar cor de vinho

Por madrasta fortuna impelido, e, ao verem-no, pronto

Entre si consentiram, e logo a prendê-lo avançaram,

E em seguida ao navio levaram-no, as mentes alegres

Confiavam-no filho de reis procedentes de Zeus,

E em cadeias possantes atá-lo quiseram por força.

Todavia as cadeias o não seguravam, e os elos

De seus pés e mãos se soltavam, enquanto, sentado

Com seus olhos noturnos se ria. O piloto, entendendo,

Conclamou logo os seus companheiros e disse o seguinte:

"Infelizes, que deus poderoso domar e prender

Pretendeis? Mesmo o nosso navio o não pode levar,

Pois sem dúvida é Zeus, ou Apolo das flechas de prata

Ou talvez Posêidon, já que aos homens mortais não parece,

Mas aos deuses que habitam na ampla morada do Olimpo.

Apressai-vos! Deixemo-lo em terra, na praia sombria,

Desde já nem co'as mãos o toquei, p'ra que não, irritado,

Fortes ventos excite e abundantes terríveis borrascas".

Assim disse, e o cruel capitão retrucou-lhe o seguinte>

"Infeliz, olha o vento e o velame da nave desferra,

Tendo as armas colhido, que deste os demais cuidarão

Pois espero que chegue ao Egito, ou que a Chipre ele chegue,

Ou país hiperbóreo, ou além; e que ao fim da jornada

Seus amigos nos diga e nos conte seus todos haveres,

Seus irmãos, pois é certo que um deus aqui no-lo entregou"

Disse, e o mastro fincou e o velame largou do navio,

E no bojo da vela sopraram os ventos. Em torno,

Dispuseram as armas. Mas logo surgiram prodígios...

Vinho doce e odorante, primeiro, jorrava da nave

E fluía fragrante e sonoro exalando um perfume

Imortal! Grande horror assaltou os marujos ao verem.

De repente, no topo do mastro alastrou-se uma vinha

Carregada de cachos, crescendo por todos os lados,

E do mastro ao redor enroscou-se uma hera noturna,

Toda em flores virente onde frutos ridentes pendiam;

As cavilhas cingiam coroas. Tal vendo, os marujos

Ao piloto premiam que a nau para a terra ligeiro

Dirigisse. Mas, dentro, em leão se tornou Dionísio

Que terrível por sobre o convés grandes urros lançava.

Já uma ursa felpuda no meio criou, prodigioso,

Que se alçou furibunda. O leão, no mais alto da ponte,

Fulminantes olhares lançava. Pra popa fugiram

E ao redor do piloto, que espírito calmo mantinha,

Se agruparam turbados. Mas subíto o leão atacou

O cabeça. Os demais, vendo aquilo, ao mal fado escapando,

Todos juntos se às águas do mar atiraram divino

E viraram golfinhos. Doeu-se porém do piloto,

E o reteve. fazendo-o feliz, o seguinte lhe disse:

"Nada temas, Hecátor, que ao meu coração és querido.

Sou Dionísio multíssono, aquele que foi concebido

Por Sêmele cadméia depois de por Zeus ser amada".

Salve filho de olhos formosos, Sêmele. É impossível,

Esquecendo de ti, se compor um cantar harmonioso.

(tradução de Jair Gramacho)

 

Hino Homérico XXVI - A Dionísio

Começo a cantar ao Dionísio coroado de hera, o deus do alto grito, esplêndido filho de Zeus e da gloriosa Semele. As ninfas de longos cabelos o receberam em seus âmagos do senhor seu pai e o criaram e o nutriram cuidadosamente no pequeno vale isolado de Nysa, onde pelo desejo de seu pai ele cresceu em uma caverna de doce aroma, sendo considerado e estimado entre os imortais. Mas quando as deusas os trouxeram para cima, um deus freqüentemente homenageado, então ele começou a perambular continuamente entre as os vales cobertos de árvores, densamente coroado de hera e louro. E as Ninfas seguiram atrás dele com ele como o líder delas, e a ilimitada floresta foi preenchida com os gritos deles. E então te saúdo, Dionísio, deus das abundantes aglomerações! Conceda que possamos vir novamente nos regozijar com esta estação, e com todas as estações adiante por mais um ano.

(tradução da Alexandra)

 

Hino a Dioniso de Anacreonte

Ó senhor, com quem brincam Eros domador e as Ninfas de olhos azuis e a radiante Afrodite, tu que rondas os cumes elevados das montanhas: eu te peço, vem até nós com boa vontade, escuta e realiza a minha graciosa prece: sê um bom conselheiro a Cleóbulo, para que ele aceite, ó Dioniso, a minha paixão.

(Furley-Bremer, 2001, tradução de José M. Macedo, enviada por Antonio)

 

Peã a Dioniso de Filodamo de Escarféia

[I]....ó Ditirambo,Baco, deus do êxtase, touro com uma guirlanda de hera nos cabelos,

Bramador,vem para cá nessa sagrada estação da primavera-evoé,ó iô Baco,ó iê Peã!-,

a quem um dia na extática Tebas Tiona do belo filho deu à luz, sendo Zeus o pai.Todos

os imortais puseram-se a dançar, todos os mortais em júbilo pelo teu nascimento,ó Baco.

- Iê Peã, vem Salvador, protege de bom grado essa cidade com próspera fortuna.

[II] Naquele dia a terra de Cadmo saltava feitos bacante, e o vale dos Mínios também e a

fértil Eubéia – evoé,ó iô Baco,ó iê Peã !-. Pejada de hinos, toda a sagrada e abençoada

região de Delfos dançava , enquanto tu, tu revelaste o teu corpo estrelado,tomando

posição nos penhascos do Parnaso na companhia das donzelas de Delfos.- Iê Peã, vem

Salvador ,protege de bom grado essa cidade com próspera fortuna.

[III] Brandindo a tocha nas tuas mãos- luz na escuridão da noite-, tu chegaste em teu

entusiasmo aos recantos de Elêusis cobertos de flores- ,evoé,ó iô Baco, ó iê Peã!-, onde

toda a nação da terra grega, em volta das testemunhas nativas dos mistérios sagrados,

invoca-te como Íaco : tu abriste aos mortais um porto contra os males, livre de pesares.

Iê Peã , vem salvador , protege de bom grado essa cidade com próspera fortuna.

[IV] ... e com coros... – Iê Peã, vem Salvador , protege de bom grado essa cidade com próspera fortuna .

[V] Daquela terra abençoada tu aportaste nas cidades da Tessália, nos recintos sagrados do olimpo e na famosa Piéria – evoé,ó iô Baco, ó iê Peã !-, e as Musas, coroando-se de

Pronto com hera cantaram e dançaram todas em círculo para tua honra, proclamando-te imortal para sempre e famoso Peã, e quem liderava a dança era Apolo.- Iê Peã, vem

Salvador, protege de bom grado essa cidade com próspera fortuna.

[VI]........

[VII]........

[VIII]...- Iê Peã, vem Salvador, protege de bom grado essa cidade com próspera fortuna.

[IX] O deus ordena aos anfitriões executarem a ação com rapidez, para que o deus que

atira longe contenha a sua ira – evoé, ó iô Baco, ó iê Peã ! – e apresentarem esse hino para o sagrado rebento fraterno (= Dioniso ) por ocasião do banquete anual dos deuses, e fazerem um sacrifício público quando das súplicas pan-helênicas da abençoada Hélade.

Iê Peã, vem Salvador, protege de bom grado essa cidade com próspera fortuna.

[X] Oh, feliz a afortunada a geração daqueles mortais que constrói ao senhor Apolo um

templo que não envelhece, que não se corrompe, um templo – evoé,ó iô Baco, ó iê Peã !

de ouro com estátuas de ouro [onde] as deusas rodeiam [Peã], o seu cabelo luzente com

marfim , adornado com uma guirlanda nativa.- Iê Peã, vem Salvador, protege de bom grado essa cidade com próspera fortuna.

[XI] Aos organizadores do quadrienal festival pítico , o deus deu ordem de instaurar em

honra de Baco um sacrifício e uma competição de vários coros circulares (= ditirambos ) – evoé, ó iô Baco , ó iê Peã !- e de erigir uma formosa estátua de Baco igual aos raios do sol nascente, sobre uma carruagem puxada por leões dourados, e de fornecer uma gruta conveniente ao santo deus. – Iê Peã, vem Salvador , protege de bom grado essa cidade com próspera fortuna.

[XII] Pois bem, acolhei Dioniso, deus das bacantes, e clamai por ele nas vossas ruas com coros coroados de hera: - evoé, ó iô Baco ,ó iê Peã ! -. Por toda a abençoada Hélade.

Salve senhor da Saúde! – Iê Peã!, vem Salvador, protege de bom grado essa cidade com próspera fortuna.

(Este Peã de Filodamo, dedicado a Dioniso, foi composto para a inauguração do sexto templo em Delfos - 340/339 AEC - e destinava-se à apresentação no festival da Teoxenia durante a primavera. Fonte: Furley-Bremer (2001), vol. 2, p.53 ss, tradução de J.M.Macedo, enviado por Antonio.)

Hino Órfico 30 a Dioniso:

Eu clamo ao estrondoso e festivo Dioniso,

primordial, de duas naturezas, duas vezes nascido, senhor Báquico,

selvagem, inefável, secretivo, de chifre duplo, de duas formas.

Coberto de hera, com rosto de touro, bélico, uivante, puro,

tu tomas a carne crua, tu tens festivais trienais,

envolto em folhagem, protegido por cachos de uvas.

Eubouleus de muitos recursos, deus imortal gerado por Zeus

quando este se uniu a Perséfone em união inenarrável.

Escuta atentamente à minha voz, ó abençoado,

e com tuas amas vestidas de beleza

sopra em mim um espírito de perfeita gentileza.

 

Hino Órfico 42 a Mise (o salvo das águas), com incenso de estoraque:

Eu chamo Dionísio, doador da lei, que carrega o talo de funcho,

A semente inesquecível e de muitos-nomes de Eubouleus,

E chamo a sagrada e inefável rainha Mise,

cuja natureza dupla é macho e fêmea.

Como o redentor Iaco eu te invoco, senhor, estejas tu deleitando-se

em seu fragrante templo em Eleusis, ou com a Mãe

com quem participas de ritos místicos na Frígia,

Ou rejubila-te em Chipre com a belamente coroada Citéria,

Ou ainda exultas em campos plenos de trigo ao longo do rio Egito,

Com sua divina mãe, a augusta Ísis de manto negro, e sua tríade de amas.

Senhora, vem, de coração gentil, a estes que competem por prêmios nobres.

 

Hino Órfico 44 a Sêmele (mãe de Dioniso):

Eu chamo a filha de Cadmo, rainha de tudo,

Bela Sêmele das amáveis madeixas e de colo cheio,

Mãe do jubilante portador do tirso, Dionísio.

Ela foi levada a uma grande dor pelo raio flamejante,

O qual, através dos desígnios de Zeus Cronida imortal, a queimou,

Ela, a quem a nobre Perséfone concedeu honras entre os homens mortais,

Honras dadas a cada três anos.

Então eles reencenam a dor lancinante por seu filho Baco,

O sagrado ritual da mesa, e os mistérios sagrados.

Agora a ti, deusa, eu suplico, filha de Cadmo, rainha,

Para que sejas sempre gentil com os iniciados.

 

Hino Órfico 45 a Dionísio, Bassareus (besouro) e Trienal:

Vem, abençoado Dionísio, deus do rosto de touro, concebido no fogo,

Bassareus e Baco, mestre de tudo, de muitos nomes.

Tu te delicias em espadas sangrentas e nas sagradas mênades,

Enquanto urras através do Olimpo, Ó ruidoso e frenético Baco.

Armado com o tirso e em extrema fúria, és honrado

Por todos os deuses e todos os homens que habitam a terra.

Vem, abençoado e saltitante deus, e traga alegria a todos.

 

Hino Órfico 46 a Dionísio Likinites (o desperto), com fumigação de maná:

Eu invoco a estas preces Dionísio Liknites, nascido em Nisa,

Florescente, amado e gentil Baco,

Cuidado pelas ninfas e pela Afrodite de bela guirlanda.

A floresta já sentiu teus pés moverem-se na dança,

Como o frenezi te conduziu às graciosas ninfas,

E os desígnios de Zeus trouxeram-te à nobre Perséfone,

Que te criou para ser amado pelos deuses imortais.

Vem, ó abençoado, de coração gentil, e aceite o presente deste sacrifício.

 

Hino Órfico 47 a Perikionios (preso à coluna), com incenso de ervas aromáticas:

Eu chamo a Baco Perikionios, doador do vinho,

Que envolveu toda a casa de Cadmo e, com seu poder,

Verificou e acalmou a pesada terra quando o raio luziu

E a furiosa ventania todos os campos sacudiu.

Então os laços de todos se soltaram livres.

Abençoado folião, venha com um jubiloso coração.

 

Hino Órfico 48 a Sabazios (Zeus, pai de Dioniso), com incenso de ervas aromáticas:

Ouça-me, pai Sabazios, filho de Cronos, ilustre deus.

Tu que costuraste em tua coxa o Dionísio báquico, o ruidoso Eiraphiotes,

Que ele possa vir inteiro ao nobre Tmolos, ao lado da Hipta de belas bochechas.

Mas, ó abençoado governante da Frígia e supremo rei de todos,

Vem de coração gentil em auxílio dos iniciados.

 

Hino Órfico 49 a Hipta (ama de Baco), com incenso de ervas aromáticas:

Eu chamo Hipta, ama de Baco, donzela possuída.

Nos ritos místicos ela toma parte, e exulta-se no culto puro de Sabos,

E na noite ela dança ao ruidoso Iaco.

Ó rainha e mãe ctônica, ouça minha prece, esteja tu no Ida,

na sagrada montanha da Frígia, ou deleitando-se em Tholos, o justo assento dos Lídios.

Vem a estes ritos, com alegria em teu rosto sagrado.

 

Hino Órfico 50 a Lysios – Lenaios (o libertador, a vinha):

Ouça, ó abençoado filho de Zeus e de duas mães,

Baco da vinha, inesquecível semente, espírito redentor de muitos nomes,

Prole sagrada dos deuses, nascido em segredo, festeiro Baco,

Doador abundante das muitas alegrias de frutos que crescem profícuos.

Deus poderoso e de muitas formas, da terra irrompes para alcançar a vinha,

E nela te tornas um remédio às dores humanas, ó sagrado florescer!

Uma alegria que odeia a tristeza és para os mortais, ó Epaphian de amáveis cabelos,

És um redentor e um folião, cujo tirso conduz ao frenezi,

E que tem um coração amável com todos, deuses e mortais, que vêem tua luz.

Eu te chamo a vir agora, ó doce portador de frutos.

 

Hino Órfico 52 ao Deus do Banquete Trienal (em Tebas), com incenso de ervas aromáticas:

Eu te chamo, abençoado, de muitos nomes e frenético Baco,

De chifres de touro, redentor de Nísia, deus da vinha, concebido em fogo.

Criado na coxa, Ó Senhor do Berço,

Tu que guias procissões à luz da tocha, Ó Eubouleus, sacudidor do adornado tirso.

Tríplice é tua natureza e inefáveis são teus ritos, ó secreta prole de Zeus.

Primordial, Erikepaios, pai e filho de deuses,

Tu tomas a carne crua, e, com teu cetro, conduzes à loucura da folia e da dança

No frenezi dos festivais trienais que nos concedes calmamente.

Tu irrompes da terra em uma chama... Ó filho de duas mães,

E, usando chifres e vestindo pele de corço, tu perambulas pelas montanhas,

Ó senhor cultuado em banquetes anuais.

Peã da lança dourada, lactente, coberto de uvas,

Bassaros, exultante em hera, seguido de muitas donzelas...

Jubiloso e todo-abundante, vem, Ó abençoado, aos iniciados.

 

Hino Órfico 53 ao Deus do Banquete Anual (em Atenas), com incenso de todas as coisas que não sejam olíbano, e com uma libação de leite também:

Eu chamo o Baco que cultuamos anualmente, o ctônico Dionísio,

O qual, junto com as ninfas de belas madeixas, é despertado.

Nos sagrados salões de Perséfone ele descansa,

E põe em um sono puro o tempo báquico, a cada terceiro ano.

Quando ele próprio agita-se na trienal folia novamente, ele canta um hino,

Acompanhado por suas amas de belas cintas,

E, enquanto giram as estações, ele faz adormecer e acordar os anos.

Mas, Ó Baco abençoado e doador-de-frutos, Ó espírito cornífero do fruto imaturo,

Vem a este rito mais sagrado com o brilho da alegria em tua face,

Vem, todo abundante em um fruto que é sagrado e perfeito.

 

Hino Órfico 54 aos Silenos, Sátiros e Bacantes, com incenso de olíbano em pó:

Ouça-me, pai adotivo e nutridor de Baco, de longe o melhor dos Silenos,

Honrado por todos os deuses e pelos homens mortais nos mesmos banquetes trienais.

Puro e honrado mestre de cerimônias da banda pastoril,

Folião vigilante e companhia das amas de belas cintas,

Líder das Naiades e Bacantes coroadas de hera,

Pegue todos os Sátiros - metade homens e metade feras - e venha urrar ao senhor báquico.

Com as Bacantes escolta a procissão sagrada da Lenaia,

Em sacras litanias revelando os ritos à luz da tocha,

Berrando, amando o tirso, e encontrando calma nos festejos.

 

Hino Órfico 74 a Leucotéia (ama de Dioniso), com incenso de ervas aromáticas:

Eu chamo Leucotéia, filha de Cadmo, reverente deusa,

Poderosa nutridora do Dionísio de belas grinaldas.

Escuta-me com atenção, Ó deusa, mestra do mar de colo profundo,

Tu que te delicias em ondas e és aos mortais a maior das salvadoras.

De ti depende o ímpeto instável dos navios marinhos,

E apenas tu salvas os homens da desditosa morte no mar,

Homens a quem tu rapidamente vens como bem-vinda salvadora.

Mas, ó divina senhora, vem em auxílio dos navios bem-guarnecidos e gentilmente salve-os,

Trazendo ao mar um belo vento de popa aos iniciados.

 

Hino Órfico 75 a Palaemon (o destruidor), com incenso de olíbano em pó:

Companheiro do jubiloso Dionísio nas festas dançantes,

Que habita na pureza do mar, nas profundas turbulências,

Eu te chamo, Ó Palaemon, a vir a estes ritos sagrados, com gentileza em teu coração,

E alegria em tua face juvenil, para salvar teus iniciados na terra e no mar.

Quando no inverno, tempestades vêm até os navios que sempre vagueiam pelos mares,

Apenas tu apareces encarnado para salvar os homens,

E manténs severa ira contra a elevação salgada das ondas.

(traduções da Alexandra)

bottom of page